sábado, 6 de outubro de 2007

O Laboratório Analógico

Organização básica do Laboratório Fotográfico

São quatro as condições básicas de um laboratório fotográfico:

1 - Deve ser estanque à luz;

2 - Necessita de tomadas electricas, torneiras de escoamento para líquidos;

3 - O compartimento deve deve possuir ventilação adequada;

4 - A instalação deve ser planeada para permitir um trabalho seguro, em sequência lógica.

O espaço físico divide-se em zonas "humidas" e "secas". A zona húmida contém pelo menos tres cuvetas, torneiras misturadoras de água quente e fria e pode conter uma bancada ou prateleira para ser colocados os frascos, soluções concentradas, copos graduados, etc. A zona "seca" deve situar-se do lado oposto do compartimento, sificientemente afastada para não estar sujeita a salpicos. Neste espaço instala-se os ampliadores, os papeis fotográficos, o arquivo de negativos, etc. O espaço deve igualmente estar equipado com iliminação de segurança (vermelha) e de luz branca de forma a visualizar os resultados obtidos.

O ampliador é o equipamento mais importante de impressão e, é concebido como um projector de baixa potência, em montagem vertical. A lâmpada situa-se na zona superior iluminando o negativo ampliando-o a uma distância ajustável por meio de um fole, focando a imagem ampliada na prancheta base que mantêm o papel de impressão no marginador.
Sempre que se altera a distância do ponto do negativo à prancheta, torna-se necessário efectuar nova focagem.
O ampliador é normalmente constituido por um suporte de lâmpada, placa para filtros, condensador, calha do negativo, uma objectiva, filtro de segurança vermelho, marginador e prancheta. Um outro acessório essencial é o relógio ligado entre a lâmpada e a corrente, para se determinar os testes de tempos com precisão assim como a lupa de focagem.

Relativamente à zona "húmida" os instrumento necesários são as bandejas para as soluções (revelador, água, banho de paragem e fixador), copo graduado e funil, pinças de plástico para se levantar as impressões cuidadosamente, os químicos, água corrente e luz de segurança.



Papeis de impressão

Os papeis de impressão fotográfica a preto e branco diferem quanto ao tipo de suporte, acabamento da superfície, tamanho, contraste da emulsão contribuindo para manter a fotografia como um excelente meio criativo.


Tipo de suporte

Existem dois tipos principais de suporte de papel - com camada de resina e de fibra e, a diferença é essencialmente cosmética e os tempos de revelação, lavagem, etc., são diferentes. Os materiais com camada de resina (RC ou PE) consistem num suporte de papel recoberto na frente e verso por uma camada de polietileno, tendo na frente a emulsão e a camada protectora. Estas provas lavam-se e secam rapidamente. Quando secas, as provas não se encurvam, e possuem uma boa estabilidade dimensional.

O ciclo total de revelação para os tipos de suportes de fibra é cerca de quatro vezes mais demorado do que os papeis de resina, sendo necessário uma esmaltadora, no caso de se pretender um acabamento com uma superfície brilhante. Contudo as provas finais não se quebram facilmente, mas por outro lado deterioram-se mais facilmente se estiverem expostas duranrte mais tempo.

Acabamento da superfície

Existe uma grande variedade de superfícies (mate,, semi-mate e brilhante) e as combinações do brilho do suporte com a textura da superfície exerce uma grande influência sobre o branco e o negro que máximos que o papel produz.
A superfície mate não pode ir além do negro acizentado, os papeis brilhantes dá os negros mais intensos, quando se ilumina uma imagem correctamente.

Dimensões

Existe uma variedade grande de formatos de papeis, alguns são vendidos em rolos, com larguras que vão de 8,9 a 127 cms, outros são vendidos em pacotes de 10 ou 25 folhas e para tamanhos mais pequenos em caixas de 50 ou 100.
Principais formatos de papeis a preto e branco: 12,7x17,8cms, 17,8x24cms, 20,3x25,4cms, 24x30,5cms, 27,9x35,6cms, 30,5x40,6cms, 40,6x50,8cms, 50,8x61cms.

Contraste

O contraste controla-se comparando diferentes caixas de papeis graduados: Grau 1 (suave), Grau 2 (normal), Grau 3 (duro), etc. O mesmo negativo impresso em papeis de contrastes diferentes dá-nos resultados diferentes.



Introdução à revelação

A zona húmida do laboratório entra em acção sempre que se retira um papel exposto da prancheta do ampliador. A revelação do papel a preto e branco segue uma sequência semelhante ao da revelação da película.

A revelação é o conjunto de operações que transformam a imagem latente, presente numa emulsão ou filme, numa fotografia. É o processamento de um conjunto de etapas para formar a imagem final da fotografia de um modo definitivo.

No seu aspecto geral, o processamento de emulsões, negativas ou positivas, na fotografia amadora a preto e branco abarca as seguintes fases principais:

Revelação: Fase onde ocorrem as reacções que levam à deposição de prata metálica em torno dos núcleos deste metal, gerados durante a exposição da emulsão à luz, a ponto de se tornarem visíveis e formarem a imagem fotográfica;

Paragem da revelação: Uma vez conseguida uma imagem satisfatória, torna-se necessário suster o processo de revelação, sob pena de a prata continuar a depositar-se, aumentando a densidade e o contraste da imagem para além do pretendido. Esta operação destina-se, assim, a suspender a acção do revelador;

Fixação: Após a conclusão das duas etapas anteriores, ainda permanecem na emulsão os cristais de haletos de prata que não foram utilizados na formação da imagem, e que mantém intacta a sua sensibilidade à luz. É necessário removê-los completamente antes de a fotografia ser exposta a luz, a fim de evitar o rápido enegrecimento de toda a imagem. A fase de fixação visa atingir este objectivo;

Lavagem das emulsões. No final da operação de fixação a imagem está na sua forma final e já pode ser observada à luz sem deterioração subsequente. Contudo, para preservar a sua conservação a longo prazo, torna-se necessário remover todos os vestígios dos componentes utilizados nas fases anteriores, o que se consegue mediante uma lavagem cuidada com água;

A secagem é a etapa final no processamento das películas e dos papéis. Após a sua conclusão as fotografias estão prontas a ser manuseadas com toda a segurança.

Nota: Convém respeitar as indicações expressas para cada solução e de acordo com os fabricantes.


Fontes:
Lanford, Michael (1989). Fotografia Básica. Lisboa: Dinalivro;
Rêgo, Jorge (2001). A luz que desenha as imagens. Porto: Edições ASA
Wikipédia

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